A cirurgia robótica é uma inovação na área médica que foi originalmente iniciada nos Estados Unidos, entre 1999 e 2000, e está no Brasil desde 2008. Seu desenvolvimento partiu da necessidade de realizar operações sem a presença física do cirurgião, sendo o procedimento todo comandado de maneira remota e executado por meio de um robô.
O alto custo inviabilizou o projeto inicial, mas sua aplicação serviu para modernizar as práticas cirúrgicas dentro dos hospitais do mundo inteiro.
Atualmente, operam em solo brasileiro aproximadamente 35 plataformas robóticas e esse número deve aumentar devido aos benefícios trazidos por essa nova tecnologia, principalmente na medicina urológica.
Como funciona a Cirurgia Robótica?
O sistema robótico utilizado mundialmente é o Da Vinci Surgical, o mais adequado para cirurgias e procedimentos complexos. O robô é composto por 4 braços mecânicos, sendo 3 deles direcionados à manipulação dos instrumentos cirúrgicos e 1 responsável pela geração de imagens 3D através de um endoscópio estéreo que é acoplado.
Há um console, de onde o cirurgião controla os procedimentos da cirurgia, que são executados pelos braços mecânicos do robô. Através de imagens de alta resolução, é possível fazer uma ampliação do campo cirúrgico e das microestruturas trabalhadas durante a intervenção. Há também sensores que medem as forças de ação das ferramentas nos tecidos, de modo que os impactos e procedimentos são suavizados e a recuperação do paciente é mais rápida.
A estrutura do console fica na mesma sala que o paciente, junto a uma equipe que se posiciona próxima à mesa de cirurgia e fica de prontidão para possíveis imprevistos. Se acontecer do cirurgião afastar sua cabeça da tela de controle, o sistema é programado para interromper as atividades imediatamente, de modo que sempre é possível fazer pausas para avaliações ou pequenos descansos.
Ergonomicamente, a cirurgia robótica é uma grande vantagem para o cirurgião, que conseguirá se concentrar por horas seguidas, sem que isso afete o seu desempenho. Da mesma forma, em procedimentos mais complexos, é possível avaliar as condições cirúrgicas em tempo real e medir o alcance dos objetivos. Em termos de desempenho, as vantagens que proporciona ao paciente são significativamente maiores, apresentando alta qualidade no procedimento.
Utilização da Cirurgia Robótica
A cirurgia robótica é amplamente utilizada em procedimentos ligados à urologia, sobretudo nos casos de câncer de próstata, em que é necessário realizar a prostatectomia radical. Essa alternativa, quando comparada com as convencionais, apresenta melhores resultados em termos cirúrgicos (condições pós-operatórias, tempo de recuperação e retorno às atividades) e funcionais (manutenção das funções erétil e urinária).
Estima-se que entre 60% e 70% dos pacientes apresentam função erétil normalizada após a realização da cirurgia robótica, e os casos de incontinência urinária identificados são mínimos. Admite-se que em termos de tratamentos urológicos, a utilização da robótica será uma tendência e abrangerá todas as modalidades de intervenções cirúrgicas nessa área.
Diferença da Cirurgia Robótica em relação às cirurgias convencionais
A cirurgia robótica é considerada como uma evolução dos procedimentos minimamente invasivos porque apresenta vantagens expressivas em relação à cirurgia convencional. Considerando como parâmetro o procedimento de extração radical da próstata, observamos os seguintes resultados, em termos gerais:
| Características |
Cirurgia Robótica |
Cirurgia Convencional |
| Perda de sangue |
150 mililitros |
700 mililitros |
| Tempo de internação |
1 a 2 dias |
3 a 4 dias |
| Tamanho do corte cirúrgico |
1 a 3 cm perto do umbigo |
15 cm abaixo do umbigo |
Fonte: Cirurgia Robótica x Cirurgia Convencional – Revista Veja Nov (2011) – Adaptado
Vale mencionar que a cirurgia robótica apresenta ainda maior segurança para o cirurgião devido à destreza e controle dos procedimentos, diminuição dos riscos de contaminação porque evita o contato direto entre o profissional e o paciente e redução substancial do desconforto pós-operatório.
Uma das dificuldades enfrentadas pelo mercado é a dificuldade em encontrar profissionais qualificados para a realização da cirurgia robótica, porque além de ser médico cirurgião, é preciso ter os cursos necessários para manusear o equipamento.
O Dr. Marcelo Salim possui os cursos de especialização em cirurgia robótica ministrados pela Intuitive Surgical, com foco na operacionalização do Da Vinci Surgical System, sendo um dos médicos mais conceituados do país. Ele foi graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais e, atualmente, exerce os seguintes cargos:
- Membro da Sociedade Brasileira de Urologia – SBU
- Membro da Sociedade Brasileira de Transplante de Órgãos
- Membro do Colégio Brasileiro de Cirurgiões
- Membro da American Urological Association – AUA
- Chefe do Serviço de Urologia do Hospital Socor
- Presidente do Hospital Urológica
- Chefe do Serviço de Urologia do Hospital da Baleia
- Preceptor de Residência de Urologia da Fundação Benjamim Guimarães – Hospital da Baleia
- Membro da Confederação Americana de Urologia – CAU
