O que é Neoplasia da Próstata?
Neoplasia da Próstata é o processo em que as células do tecido prostático se multiplicam de forma desordenada, gerando uma espécie de tumor que pode ser Benigno ou Maligno.
Essa proliferação anormal e autônoma acontece devido a uma pequena alteração na estrutura genética da célula, afetando os limites de sua replicação e fazendo surgir a Neoplasia.
A alteração celular é causada por diversos fatores que podem ser hereditários ou desenvolvidos por hábitos de vida nocivos como o uso excessivo produtos químicos, o consumo de agrotóxicos inseridos nos alimentos, má alimentação, consumo exagerado de gordura e carboidratos, sedentarismo, baixo consumo de fibras, etc. O tabagismo é um hábito que apresenta consequências ainda mais nocivas, pois atua como principal causador de Neoplasia Maligna e aumenta o risco de câncer em até 10x, como é o caso da patologia na próstata.
Basta que o indivíduo tenha fumado apenas por algum tempo e já é suficiente para apresentar maiores chances de desenvolver o câncer. O Dr. Marcelo Salim, em sua experiência de consultório, criou a frase na qual fumar é um crime contra si mesmo que não prescreve, uma vez que o organismo não consegue eliminar os efeitos da nicotina, mesmo depois de interrompido o hábito de fumar.
Outro fator considerado um risco para o desenvolvimento do câncer é o estado emocional do indivíduo, que afeta diretamente o sistema imunológico. Depressão, tristeza, angústia, ansiedade são sintomas que proporcionam maiores possibilidades para o surgimento da doença.
Normalmente, as células que se alteram são eliminadas pelo próprio sistema imunológico, porém, quando a neoplasia é maligna, a multiplicação celular ocorre de maneira tão acelerada, que o organismo não consegue se livrar destas células e este tumor é alimentado pelos nutrientes e o oxigênio presentes nos vasos sanguíneos.
Na Neoplasia benigna, a alteração da estrutura genética é pequena e não interfere significativamente na função de replicação, então a multiplicação das células ocorre de maneira mais lenta e organizada. Por isso, elas não invadem os tecidos adjacentes ou se espalham via metástase.
De forma contrária, a Neoplasia maligna desenvolve-se de maneira acelerada e descontrolada, invade os tecidos adjacentes e induz à formação de novos tumores no processo de metástase. Por isso, tumores malignos conseguem afetar grandes áreas em curtos espaços de tempo, e dependendo do estágio de desenvolvimento da doença, podem levar o paciente a óbito em questão de meses.
Neoplasia da Próstata é o processo em que as células do tecido prostático se multiplicam de forma desordenada, gerando uma espécie de tumor que pode ser Benigno ou Maligno.
E a Hiperplasia?
A hiperplasia é uma doença em que ocorre um aumento natural da próstata que pode dificultar ou até impedir a passagem da urina na uretra. É um evento comum aos homens a partir dos 50 anos, e estima-se que mais de 95% dessa população apresentará um determinado grau de hiperplasia, podendo os sintomas se manifestar em maior ou menor proporção, ou mesmo, não se manifestar, como ocorre em muitos casos.
A hiperplasia pode ser benigna (como na maioria dos casos) ou maligna (quando se torna a neoplasia maligna ou câncer de próstata). Como os sintomas manifestados são semelhantes nos dois casos, é importante proceder a exames mais específicos quando alteradas as funções normais no trato urinário.
Câncer de Próstata: Prevenção
Em um aspecto primário, a prevenção do câncer se dá com o cultivo de hábitos de vida saudáveis, de modo a fortalecer o equilíbrio do organismo. Estudos indicam que o desenvolvimento do câncer ocorre em meios ácidos, por isso, a diminuição do PH do corpo humano cria condições favoráveis para o surgimento da doença. Em contrapartida, se o indivíduo gerencia o próprio bem-estar, as chances de desenvolver a doença são significativamente reduzidas.
Em um aspecto secundário, a prevenção do câncer de próstata ocorre com a realização de exames e procedimentos, que fornecerão informações para compor um diagnóstico. Se constatadas lesões pré-cancerosas ou a doença em estágio inicial, há grandes chances de o tratamento resultar em cura ou melhora da expectativa de sobrevida do paciente. Por isso, é tão importante manter os exames em dia!
Sintomas
O câncer de próstata em estágio inicial de desenvolvimento, não apresenta sintomas característicos, vindo a se manifestar posteriormente, quando já está em estágio mais avançado. Os sintomas que normalmente se manifestam, são iguais aos de diversas outras doenças, tornando difícil a identificação apropriada. Podemos citar como exemplos:
- Dificuldades em urinar;
- Presença de sangue na urina;
- Vontade intermitente de urinar;
- Dor ao urinar;
- Sensação de inchaço na bexiga.
Diagnóstico
Os métodos de exame mais comuns para identificar alterações na próstata são: toque retal, avaliação da dosagem sérica do PSA (antígeno prostático específico), ultrassonografia transretal, ressonância magnética da pelve, biópsia da próstata e estudo histopatológico.
O exame de toque retal juntamente com a avaliação da dosagem sérica do PSA formam, inicialmente, o principal meio de descobrir se há alguma anormalidade com a próstata. Se identificada qualquer alteração, haverá o direcionamento para a realização de uma ultrassonografia prostática transretal, que emitirá um diagnóstico de imagem da glândula. Em alguns casos, a ressonância magnética da pelve será solicitada como complemento ou substituição da ultrassonografia, visto que fornece um diagnóstico mais preciso.
A biópsia da próstata é o último passo para confirmação da doença, que se dará por meio do estudo histopatológico.
Geralmente, quando os níveis de PSA ultrapassam os 4 ng/mL, já demonstra que há alterações na próstata do paciente, tendo em vista que este é um parâmetro razoável considerando que mesmo em níveis de PSA menores há a constatação do câncer através da biópsia.
Antígeno Prostático Específico (PSA)
O antígeno prostático específico, conhecido como PSA, é uma proteína produzida pela próstata e excretada no sêmen. Por se manifestar em concentrações muito baixas no organismo do homem, um aumento dos níveis pode significar diversas patologias como: hiperplasia benigna, prostatite ou câncer de próstata.
Entretanto, nem sempre a elevação do PSA indica necessariamente uma disfunção, podendo advir de fatores fisiológicos e procedimentos clínicos como: ejaculação (altera o PSA por até 48 horas), massagem prostática (altera o PSA por até 36 horas), biópsia (altera o PSA por até 6 semanas), ultrassonografia transretal (altera o PSA por até 48 horas) , entre outros.
Biópsia e Estudo Histopatológico
A biópsia realizada através da ultrassonografia transretal, consiste na avaliação de um pedaço de tecido vivo, que é retirado como amostra, diretamente do local objeto da investigação. O exame é realizado com o auxílio de anestesia local para o paciente não sentir dor durante o procedimento. A amostra retirada é armazenada em uma solução própria para conservação, e posteriormente analisada por profissionais qualificados.
Tratamento para câncer de Próstata
O tratamento do câncer de próstata deve ser específico a cada paciente, considerando a idade do indivíduo, o estágio do tumor, grau histológico, tamanho da próstata, expectativa de vida, anseios pessoais e classificação geral do problema. Com essas informações é possível traçar um plano de tratamento que obtenha maior assertividade.
Com o avanço da tecnologia, vários tipos de procedimentos foram desenvolvidos para tratar o câncer de próstata. Dentre eles, destacam-se: Vigilância ativa, prostatectomia radical, hormonioterapia, radioterapia externa. Vamos conhecer detalhadamente cada um!
Vigilância Ativa
O tratamento de vigilância ativa consiste no acompanhamento periódico dos tumores classificados como pequenos e pouco agressivos ou de baixo risco. É um método seguro que, embora não exija a realização de cirurgia ou radioterapia para a sua retirada, não descarta a utilização de procedimentos curativos quando necessário.
Geralmente, o monitoramento ocorre a cada seis meses com a realização de consultas e exames, mas a frequência certa será determinada após a avaliação do urologista. A grande vantagem desse método é fornecer uma alternativa segura aos tratamentos radicais, nos casos em que se pode evitar a cirurgia e, consequentemente, seus efeitos colaterais.
Prostatectomia Radical
Prostatectomia radical é a extração total da próstata, de alguns tecidos adjacentes e das vesículas seminais. É um dos procedimentos mais eficazes nos casos de câncer de próstata em que o paciente não possui restrições quanto à intervenções cirúrgicas. Estima-se que 85% dos que são submetidos ao tratamento, obtenham a cura total da doença, não apresentando sequer vestígios nos 5 anos posteriores.
Atualmente, a medicina conta 4 métodos equivalentes para realizar a prostatectomia radical. Vamos a uma breve análise:
Prostatectomia Radical Retropúbica – É um procedimento feito com anestesia raquidiana ou peridural com sedação. O cirurgião faz um pequeno corte (8 a 10 cm) na parte inferior do abdome e extrai todo o tumor, podendo preservar as estruturas que estão saudáveis. Se realizado com bastante cuidado, o procedimento terá efeitos colaterais mínimos, podendo o paciente ter uma vida normal, sem sequelas.
Prostatectomia Radical Perineal – É um método no qual a incisão é feita na pele entre o ânus e o períneo (escroto), não tendo como preservar os nervos da região. Por apresentar algumas limitações, a prática é pouco utilizada atualmente.
Prostatectomia Radical por Laparoscopia – No procedimento laparoscópico, são realizadas pequenas incisões próximas ao local de intervenção, por onde entrarão os instrumentos utilizados na extração da próstata. Em uma das extremidades, será inserida uma câmera de vídeo, permitindo que o cirurgião tenha visão completa da região interna do abdome. Nos EUA, esse método foi substituído pela Cirurgia Robótica.
Prostatectomia Radical – É um procedimento que é executado por um robô e controlado pelo cirurgião, que comanda cada movimento de maneira precisa e efetiva. Representa uma inovação em termos de elevação da qualidade do trabalho e oferece inúmeros benefícios ao paciente. Podemos citar como grandes vantagens do método: menor perda de sangue, menor tempo de internação, menor tempo de recuperação e menos dor. Leia mais sobre Cirurgia Robótica
Hormonioterapia
É um tratamento que visa suprimir a produção dos hormônios masculinos, a testosterona e a diidrotestosterona (DHT), através de intervenção cirúrgica (castração) ou pela administração de inibidores (castração química). Os hormônios masculinos estimulam as células do câncer de próstata a crescerem e se multiplicarem, então, a redução desses andrógenos faria com que os tumores crescessem de forma mais lenta e impediria a evolução do quadro. Ressaltando que esse tratamento ministrado isoladamente não cura o câncer de próstata.
Radioterapia externa
A radioterapia externa é um tratamento que utiliza radiações ionizantes para inibir o crescimento das células cancerosas ou destruí-las. Essas radiações podem ser eletromagnéticas (raios x ou raios gama) ou só de elétrons emitidos por aceleradores lineares. Este tratamento, quando utilizado em tumores pequenos e de baixo grau, apresenta um elevado percentual de cura, igualando seus índices aos da prostatectomia radical, quando enquadrados com boa indicação. Também se mostra eficaz no controle da doença em estágio avançado quando aplicado junto com outros tratamentos.
Radioterapia através da Braquiterapia
É uma forma de radioterapia interna, na qual se utilizam materiais radioativos implantados na próstata para tratamento das células cancerígenas. Como benefícios, podemos citar: menor impacto nos tecidos saudáveis adjacentes, já que o material é inserido no local específico do tratamento; menor número de sessões para resultados satisfatórios; não é necessário procedimento de internação; tempo de recuperação mais rápido. Uma limitação à indicação deste método é o tamanho da próstata, o qual não deve ultrapassar 50 gramas.
Câncer de próstata tem cura?
Se for diagnosticado de maneira precoce, o câncer de próstata tem até 90% de chance de cura e o paciente poderá voltar a viver normalmente. Em alguns casos, será necessário apenas um controle periódico para acompanhar a evolução da doença ou seu reaparecimento.
Principais mitos sobre o Câncer de Próstata
Existe remédio caseiro para câncer de próstata?
Não existem remédios caseiros (chás, garrafadas, etc) que tratem a doença. Alguns apenas minimizam os sintomas e atenuam o sofrimento do paciente, mas diante de um diagnóstico positivo para a doença, somente o tratamento recomendado pelo urologista deve ser seguido.
Todo homem que faz a cirurgia de próstata fica impotente?
Esse é um mito muito comum e não se trata de uma informação verdadeira. Cada homem reage à cirurgia de uma maneira e atualmente existem procedimentos que tornam a intervenção muito eficaz e o paciente consegue voltar às suas atividades sexuais normalmente.
