Ao receber um diagnóstico de câncer de próstata, é comum o paciente ficar preocupado ao imaginar as possíveis consequências de um tratamento com medicamentos, cirurgias, radioterapias, dentre outros procedimentos. Contudo, no caso dos tumores de baixo risco, existe uma alternativa que vem ganhando espaço na medicina por apresentar uma abordagem mais leve, porém, rigorosa no enfrentamento da doença: a vigilância ativa.
A seguir, vamos conhecer mais detalhes sobre essa interessante forma de monitoramento que pode evitar ou postergar o uso de tratamentos invasivos. Saiba mais!
O que é a vigilância ativa?
A vigilância ativa é o acompanhamento do paciente que recebeu o diagnóstico de câncer de próstata e que o tumor foi classificado como de baixo risco. Através da realização periódica de exames e consultas, o médico pode monitorar a evolução da doença, dispensando, em um primeiro momento, a utilização de tratamentos mais agressivos.
O câncer de próstata pode ser detectado em estágios diferentes, podendo apresentar metástases, onde já se espalhou para outras partes do corpo, ou, mostrando apenas lesões que, em muitas situações, não vão se desenvolver. No primeiro caso, no qual a doença já está avançada, os tratamentos que utilizam intervenções precisam ser realizados rapidamente.
Porém, no segundo caso, a vigilância ativa é mais indicada, pois, poderá preservar o paciente de sofrer os efeitos colaterais provocados por procedimentos cirúrgicos ou radioterápicos. No mundo inteiro, cerca de 30% a 40% dos tumores são diagnosticados em uma fase que não trazem riscos de óbito ou outras complicações.
Neste contexto, a doença pode ser classificada como indolente, ou seja, não haverá progressão das lesões oncológicas. E ainda que o câncer possa se desenvolver, a evolução será lenta e facilmente detectável pelas rotinas de acompanhamento utilizadas pelos procedimentos de vigilância ativa.
Procedimentos utilizados na vigilância ativa
O diagnóstico de câncer de próstata ocorre através da realização de exames específicos como o toque retal, a análise de PSA (análise do sangue que mensura a quantidade de Antígeno Prostático Específico) e a biópsia. Se for constatado que a enfermidade encontrada é de baixo risco, o médico pode recomendar a vigilância ativa e também inserir opções de outros tratamentos no protocolo de acompanhamento do paciente.
Isto acontecerá porque os procedimentos utilizados nesta fase podem variar de acordo com a saúde da pessoa, o planejamento médico e a expectativa de evolução do tumor. Todavia, é comum observar alguns aspectos semelhantes nos prognósticos de vigilância ativa como consultar o médico a cada três meses, fazer o exame de toque retal a cada seis meses e realizar pelo menos uma ressonância magnética da próstata por ano.
Estudos científicos validados internacionalmente já reconheceram a segurança da vigilância ativa, comprovando que não há risco em adiar os tratamentos cirúrgicos ou radioterápicos para momentos mais oportunos, desde que o paciente tenha realizado o devido acompanhamento da progressão do tumor.
Apesar disso, aproximadamente 25% das pessoas que decidem pela utilização do protocolo, acabam interrompendo o monitoramento e antecipam as intervenções. São vários os motivos que levam os pacientes a essa decisão, como o estresse, a ansiedade, o medo, etc.